PLAMEC explora marcos norteadores para a Economia Criativa de Taió
O Município de Taió recebeu nesta quarta-feira (25/04) o 4°
Seminário do Plano Municipal de Economia Criativa. O evento foi realizado no
Plenário Manoel Corrêa de Negreiros, na Câmara de Vereadores, e contou com a palestra
de Roselaine Vinhas, de Chapecó, especialista na área da Cultura, que abordou o
tema “Marcos norteadores para a Economia Criativa”, que são os mesmos a nível
nacional. São eles:
·
Diversidade
Cultural
Pensar numa Economia Criativa brasileira é pensar numa
economia cuja base, ambiência e riqueza se dão graças à diversidade cultural do
país. A criatividade brasileira é, portanto, processo e produto dessa
diversidade.
Na Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões
Culturais, da Unesco (2007), essa compreensão é reforçada: A diversidade
cultural cria um mundo rico e variado que aumenta a gama de possibilidades e
nutre as capacidades e valores humanos, constituindo, assim, um dos principais
motores do desenvolvimento sustentável das comunidades, povos e nações.
A Economia Criativa brasileira deve então se constituir numa
dinâmica de valorização, proteção e promoção da diversidade das expressões culturais
nacionais como forma de garantir a sua originalidade, a sua força e seu
potencial de crescimento.
Sustentabilidade
O debate sobre o tema desenvolvimento nas últimas décadas vem
sendo ampliado, indo além das tradicionais concepções econométricas e quantitativas.
Promover e avaliar o nível de desenvolvimento de um país tem se tornado uma
tarefa bastante difícil, afinal outras dimensões passaram a ser evidenciadas
como importantes, demonstrando que muitas práticas desenvolvimentistas, mesmo
gerando ganhos econômicos elevados, acabaram por impactar negativamente as
condições de vida da humanidade.
O uso indiscriminado de recursos naturais e de tecnologias
poluentes nas estruturas produtivas, com o objetivo de obter lucros e garantir
vantagens competitivas no curto prazo, acabou por gerar grandes desequilíbrios
ambientais.
A proliferação de uma cultura de consumo global massificou
mercados com a oferta de produtos de baixo valor agregado, destituídos de
elementos originais e identificadores de culturas locais. Desta forma, aqueles
que têm maior capacidade produtiva passam a dominar um mercado que se torna compulsivo
e pouco crítico. A homogeneidade cultural passa a oprimir a diversidade,
impossibilitando o desenvolvimento endógeno.
Em função dessas considerações, é importante definir qual
tipo de desenvolvimento se deseja, quais as bases desse desenvolvimento e como
ele pode ser construído de modo a garantir uma sustentabilidade social,
cultural, ambiental e econômica em condições semelhantes de escolha para as
gerações futuras.
·
Inovação
O conceito de inovação está essencialmente imbricado ao
conceito de Economia Criativa, pois o processo de inovar envolve elementos
importantes para o seu desenvolvimento. A inovação exige conhecimento, a
identificação e o reconhecimento de oportunidades, a escolha por melhores
opções, a capacidade de empreender e assumir riscos, um olhar crítico e um
pensamento estratégico que permitam a realização de objetivos e propósitos.
Se antes o conceito de inovação tinha uma correspondência
direta com crescimento econômico, quantitativamente falando; hoje ele é
compreendido tanto como aperfeiçoamento do que está posto (inovação
incremental), quanto como criação de algo totalmente novo (inovação radical).
Incremental ou radical, a inovação em determinados segmentos
criativos (como o design, as tecnologias da informação, os games etc.) tem uma
relação direta com a identificação de soluções aplicáveis e viáveis,
especialmente nos segmentos criativos cujos produtos são frutos da integração
entre novas tecnologias e conteúdos culturais.
Ela pode dar-se tanto na melhoria e/ou na criação de um novo
produto (bem ou serviço) como no aperfeiçoamento e redesenho total de um
processo.
No campo das artes, a inovação possui outros significados que
não se referem aos demais segmentos criativos anteriormente citados. Pelo
contrário, no campo da cultura, a inovação pressupõe a ruptura com os mercados
e o status quo. Por isso, a inovação artística deve ser apoiada pelo Estado, o
qual deve garantir, através de políticas públicas, os produtos e serviços culturais
que não se submetem às leis de mercado.
Assumir a Economia Criativa como vetor de desenvolvimento, como
processo cultural gerador de inovação, é assumi-la em sua dimensão dialógica,
ou seja, de um lado, como resposta a demandas de mercado, de outro, como
rompimento às mesmas.
·
Inclusão
Social
No Brasil, onde a desigualdade de oportunidades educacionais
e de trabalho ainda é evidente, onde o analfabetismo funcional atinge um
percentual considerável da população, onde a violência é uma realidade
cotidiana, onde o acesso à cultura ainda é bastante precário (quando comparado
com o de países desenvolvidos), não se pode deixar de assumir a inclusão social
como princípio fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas
culturais na área da Economia Criativa.
A efetividade dessas políticas passa pela implementação de
projetos que criem ambientes favoráveis ao desenvolvimento desta economia e que
promovam a inclusão produtiva da população, priorizando aqueles que se
encontram em situação de vulnerabilidade social, por meio da formação e
qualificação profissional e da geração de oportunidades de trabalho e renda.
Além deste processo de inclusão produtiva, basilar para a
inclusão social, o acesso a bens e serviços criativos também emerge como
premissa para a cidadania. Uma população que não tem acesso ao consumo e
fruição cultural é amputada na sua dimensão simbólica. Nesse sentido, inclusão social
significa, preponderantemente, direito de escolha e direito de acesso aos bens
e serviços criativos brasileiros.
Após estudarem estes marcos norteadores, os delegados e
suplentes do Comitê Intersetorial organizaram as proposições com metas e
diretrizes que foram anexadas ao mural junto as demais proposições e agora
passarão pela fase de análise.
O 1° Fórum do PLAMEC será realizado no dia 30 de maio.
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abril 26, 2018
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